quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Nenúfares

Nenúfares
Me lembra o pantanal
Meu vizinho em Coalene,
Lugar onde há anos vivia
Pertinho da cidade de Quelimane.
O pantanal era belo de dia,
Grandes folhas de nenúfar
Escondiam o lodo do fundo
E nunca se enlameavam
Com rãs pulando
Ou libelinhas sobrevoando.
E nas noites de lua cheia
Eram um feitiço.
Pirilampos luziam
E a orquestra de rãs
Se ouvia em os sons a graves e agudos
À ordem dum grande baixo.
E quando uma pequena brisa sucedia
O grande palmar dançava,
Suas folhas prateadas
Eram como saias de bailarinas
Numa dança de magia
E os nenúfares coloriam
Tudo se passava como um conto de presságio.
O tempo das chuvas chegava
A enxurrada desmarcava domínio
E a pequena ponte era pelas águas levada
Para zona onde o arrozal crescia...
Descalços o caminho percorríamos.

Pôr do Sol

Oferenda de cada dia,
A Natureza nos oferece
Antes de começar a noite
Que tudo escurece
Para ceder à lua
Lugar que lhe compete
E guie nosso repouso
A alma para o novo dia.

Flores do campo em casa


Janela da Batalha


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Afastada

Errante no tempo e no espaço.
Minha mente negou apoio
À força que arrisquei demandar,
Interrompi o falar e o ouvir.
E arredada para região remota
Tudo agarrei para não ser conduzida
Sem meu querer assim o ditar.
Findo ano, descobri,
Que no meio da tormenta
Multipliquei o que havia apreendido
Fiz de mim romeira
Árdua lutadora
Reacendi minha opção de vida
A firmeza para meu caminhar...
MIR

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Maria sou...

Maria sou,
Não Maria com graça,
Muita gente me achou graça,
E graça tinha,
No vestir, no pentear
E suave no falar
Era uma linda menina
Em pequena, encantava...
Maria crescia
E sempre pensou ninguém dela gostar,
Quando se via observada
Pela forma de seu pensar
E foi quando a vida mostrou
Que é GRAÇA ter nascido,
Com um dom de ser notada
Não pela beleza ou graça
Era o interior que miravam,
Por isso todos os dias dou Graças,
Por ser Maria Isabel...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

MEU...

Meu...
É palavra que uso,
Pode parecer presunção
Até, me julgarem interesseira.
O que pensam não chega,
Mas o que sou e faço.
Meu é tudo que tenho.
Meu, pode ser a cidade,
A casa ou a rua...
E é também de quem vive a meu lado
Tudo lhes pertence tanto como a mim.
Estou de passagem,
Ser efémero
Tenho de saber tudo usar,
Servir-me e louvar...
Meu, é palavra,
Estima,
Não domínio...
MIR

sábado, 17 de outubro de 2009

Conflito

Amor,
Quando tua ternura
Sopra o borralho
Onde uma brasa teima em não se apagar,
Reaparece das cinzas o clarão
Com mil fagulhas cintilantes.
Reanimo do marasmo que me abatera
E de novo abono o milagre da existência
E caio num profundo sono...
Não conseguiria imaginar
Vir isto a acontecer.
O viver solitário
Nada me consegue dizer .
E ao me sentir abater
Nasce a vontade de lutar
Me dá força precisa,
Para erguer as mãos
E pedir, amparo…

MIR

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Recorda

Belos poemas à noitinha lia
Poemas que acalmassem
Meu coração sentido,
Labuta do dia a dia,
Cara alegre que oferecia
Não mostrar o que dentro de mim ardia
Insatisfação do modo de vida que vivia.
Ante os pequenos, me tornei menina.
Brinquei no falar,
Era teatral no expressar
Assim as longas horas sentadas
Se tornariam mais fáceis de levar.
A incompreensão desta Sociedade
O desrespeito pelo crescer
Brincar,
Saltar,
Ouvir histórias e cantar...
Não só pergaminhos estudar,
Sentados horas sem fim...
Ensinei com rigor que precisavam,
O errado, feito lúdico
Era um jogo do bem/mal,
Com um elogio à primeira conquista
No saber ver/fazer, os fazia vibrar.
Meu coração se dividia por todos
E ao regressar eu lia...

Amigo especial

“Menino” de meus olhos.
Tanto tinha para te contar,
Pensar que vais o dia começar
Aqui, carinho Te vou deixar
Aquilo que todos precisamos.
Sorte, é saber ver o Amigo que se torna especial.
Ninguém o sabe fazer,
Poderemos encontrar,
Sem o deixar passar...
Todos Amigos são importantes,
E um pode ser aquele que melhor ajunta,
Até que nos unamos.
É um Amor diferente.
Amor que nos envolve doutra natureza
Assim Te Amo e quero, Menino...